Vícios - Maxmilian

Maximilian via seu corpo clamar insanamente por mais droga a cada minuto que passava. Seu coração batia fortemente e cada vez mais conforme caminhava pelas ruas de Floripa em busca de um dos poucos traficantes que restara na cidade. Seu nome era desconhecido, mas os "clientes" o chamavam de Who. Por sorte, desta vez, Max não encontrou zumbis no caminho e pôde tranquilamente chegar ao seu destino: um beco escuro, na zona mais pobre da cidade, entre dois prédios há anos abandonados. Um homem negro de capuz observava, com a mão direita debaixo da camisa rasgada e de tom envelhecido do Flamengo, o jovem se aproximar. Com um olhar ameaçador e constantemente observando se não havia mais ninguém ali, o homem exclamou:

O homem via o desespero de Maximilian para obter o mais rápido possível sua preciosa cocaína. Enquanto o jovem analisava mais a fundo o homem, este fazia o mesmo. O negão analisava de cima abaixo o garoto que procurava pela droga de mais alta qualidade da cidade. Who era, sem dúvidas, o melhor traficante da região por possuir as drogas menos adulteradas do local. Agora eram as únicas, ele matou todos os outros traficantes e dominou seus pontos de venda, além de contratar todos os "revendedores" deles para ter mais "amizades" e venda, e consequentemente mais lucro.

O homem começou a rir de Maximilian, que se encontrava parado em sua frente, ansiosamente aguardando por uma resposta. Foi então que, com um tom impertinente e zombador, ele disse:

Mas eis que surge um homem atravessando uma porta mais ao fundo do beco. Ele vinha em direção a Maximilian e o negão, trajando um terno italiano de alta qualidade enquanto fumava um cachimbo cubano. Parecia literalmente um mafioso. Max o reconheceu logo de cara, era Who.

- O que aconteceu aqui? - indagou calmamente.

- Essa porra tá dizendo que veio pegar pó, taquipariu... -

- Eu te pago para que, seu merda? Você não é pago para julgar os clientes, se eles QUEREM, você VENDE, entendeu ou terei que encher seu cu de glíter? -

- Mas patrão, pode ser um... -

- "Mas patrão" é o CARALHO, teu filho de uma puta! Vaza daqui antes que limpe minha sala com tua rola mole, seu bosta!! -

O homem saiu silenciosamente dali, com a cabeça baixa. Ao passar, fechou a porta por onde veio Who. O mesmo pede desculpas por todo o transtorno a Max e lhe pergunta o que ele desejava.

Who sorria com a resposta do jovem garoto. Talvez não porque estava prestes a fazer mais um negócio, mas provavelmente porque não queria ter agido erradamente com um de seus capangas em vão. O sorriso de Who transparecia felicidade e alívio. Você nunca imaginaria que uma pessoa assim chefia o tráfico de drogas por toda a cidade de Florianópolis e um pouco mais além. E era exatamente o que Who queria.

Who soltava pequenos risos enquanto andava em direção ao seu esconderijo, esperando ser seguido por Max que, pela abstinência a cocaína, assentiu com a cabeça e seguiu o homem.

Aquele lugar parecia um paraíso dentro de um puteiro. Ou talvez o contrário, o narrador nunca foi a um puteiro, ele trabalha lá. Mas para Maximilian era praticamente como morrer e ir pro Céu: em um canto da sala estavam várias bancadas com iluminação na parte debaixo, criando um efeito de luz e sombra interessante e aconchegante, onde os drogadas utilizavam os mais diferentes tipos de droga, desde álcool a LSD e heroína, oxi etc. Do outra lado da sala, várias mesas de sinuca com cinzeiros integrados, com uma iluminção animadora encima. As garçonetes? Todas prostitutas totalmente nuas.