O começo do fim

O começo do fim

Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão); Rio de Janeiro, RJ
Domingo, 21/12/2012 - 8:53

Um domingo qualquer para os funcionários do aeroporto e para as pessoas que por ele passam. Um voo de Atlanta, nos Estados Unidos, acaba de chegar... mas os passageiros não desembarcam normalmente. Nem o oficial na torre de controle conseguiu contato com a aeronave, ela simplesmente pousou, e de maneira bem bruta. Sem demora, o grupo de segurança do aeroporto se aproxima da pista de pouso, receosos.

A porta da aeronave é aberta, e atrás dela aparece um comissário de bordo sujo de sangue, de aparência cansada e nervosa, que grita:

- Ajudem!

Sem entender, os seguranças se aproximam do avião, e logo chegam os demais oficiais do aeroporto, que ajudam aos passageiros a saírem dele. A maioria está igualmente suja, confusa, cansada e nervosa. Ficara claro que o avião teve que fazer um pouso de emergência. Muitas pessoas gritavam, falando nervosas, traumatizadas. A maioria falava inglês, mas as vozes em português se destacavam, e essas eram as que davam os depoimentos do acontecido.

- Foi terrível...
- Ele simplesmente pulou e... Meu Deus, meu Deus! Ele... mordeu o João! E começou a arrancar pedaços da carne dele...
- Ele estava do meu lado... Achei que estivesse dormindo a viagem toda... Mas de repente, percebi que ele não respirava. Quando chamei a aeromoça, ele começou a gemer de um jeito muito estranho e atacou um homem!
- Ele não parava de atacar as pessoas... E nenhum golpe conseguia pará-lo! Ele... só morreu quando enfiaram-lhe uma tesoura no olho... E até isso acontecer, levou muitas pessoas com ele! Meu Deus... Não pode ser verdade!

Logo chegam os médicos e os bombeiros. Os médicos ajudam a cuidar dos sobreviventes (a maioria dos passageiros, na verdade), enquanto os bombeiros adentram o avião para checar o cenário e retirar os corpos. Uma verdadeira bagunça: cadeiras rasgadas, comida, talheres, pratos, copos e bolsas jogadas de qualquer forma no chão. E Sangue... muito sangue. Não só perto da dúzia de corpos que descansavam sobre algumas poltronas. Nos corredores também. E... Bem no fundo do avião estava o corpo em pior estado. Um homem, pelo que parecia ser, pois estava totalmente desfigurado, tinha recebido muitos golpes fortes e fora cortado em diversas partes do corpo. Ao seu redor estavam espalhadas tripas e pedaços de órgãos.

Diante daquele cenário, os bombeiros começam seu trabalho. Vão levando os corpos para fora da aeronave. Até que se ouve um gemido. E depois um grito. E mais outro. E mais outro. Os bombeiros eram rapidamente devorados por aqueles "mortos" que carregavam. E depois seria a vez das pessoas do lado de fora... Agora, os gritos se espalharam pela multidão ao redor, ao verem todos os julgados mortos saindo do avião e os atacando com uma ferocidade enorme.

E... No meio da confusão toda, ninguém percebeu quando um sujeito, apertando um ferimento oculto, saiu dali e adentrou o aeroporto, correndo. Abaixo de sua manga, em seu braço... Estava uma mordida.